Ampliação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP
São Paulo / SP
1998
Área: 6.120,00 m²
Programa: Educacional
Atual Edifício
O edifício possui intervenções que resgatem o equilíbrio de sua composição e otimizem sua ocupação. Propomos que o acréscimo de dois pavimentos na ala direta, ocorrido na década de 70, seja retirado, devido a precariedade de sua execução e a clara desarmonia que provoca em seu conjunto.
Como configurados atualmente, os pátios internos ao edifício, têm sua utilização bastante reduzida, servindo-se apenas como local de passagem e ligação. Propomos que ambos sejam recobertos por delgada estrutura metálica com painéis em vidro, suportada por pilares independentes da estrutura existente do edifício. Funcionando como pátios de convivência, transformam-se em prolongamento dos locais de estudo, trabalho e lazer. Poderão ser um deles, ao centro acadêmico e outro, como espaço de estudo e leitura da biblioteca. Os vazios criados, na ala central, onde o edifício se funde ao existente, irão unificar e garantir a fluidez das atividades entre os dois edifícios.
No edifício proposto, a cortina de vidro não compromete as condições de conforto dos usuários. Ao desenvolver-se no vazio, desvinculada da estrutura principal do edifício e oferecer aberturas de ventilação, tanto na cota do térreo, quanto no seu encabeçamento, permite que a carga térmica não se acumule no interior do edifício. Nas áreas de múltipla ocupação os brises horizontais contribuem definitivamente para o controle da temperatura e incidência da luz.
Novo Edifício
Respeitando as dimensões da ala posterior do atual edifício, a lâmina proposta compõe-se de pavimento semi-enterrado, subsolo de garagem, térreo e mais quatro pavimentos tipo e um pavimento técnico.
Ordenado por malha modular de 1.20 x 1.20m, oferece flexibilidade de uso e possibilidades de conter todo tipo de atividades necessárias à Faculdade de Medicina.
O acesso se faz pelo pavimento semi-enterrado, onde o visitante encontra, logo a seu ingresso. Pela Escavação proposta do subsolo da parte terminal posterior de sua ala central e pela retirada dos pavimentos que se sucedem nessa projeção, outro vazio vertical é criado, agora unido o novo edifício ao edifício tombado. O vazio, que interliga os planos, integra e unifica todo o organismo.
Externamente os edifícios parecem exercer funções independentes e autônomas. A grande cortina de vidro, que livre, se lança por toda sua fachada posterior, possibilita que de seus corredores de circulação se tenha sempre presente a visão do edifício existente.
Entre os dois corpos edificados, descansa espelho d’ água que mais que evitar a circulação de pessoas entre eles, invoca o silencio e tranquiliza o lugar.
As circulações dos pavimentos são sempre transparecidas por panos envidraçados que filtram, e difundem a luz através dos vazios. As áreas de múltipla ocupação tem a qualidade de seus espaços garantida pelo controle de suas aberturas.
Concurso Aberto – 2º lugar.